26 dezembro 2010

Matra DJet 5 S - H. Pescarolo - J. Jassaud (Rali de Monte Carlo de 1966)



Esta miniatura pertence à colecção Rallye Monte-Carlo – Os Carros Míticos (fasc. nº 51).
O francês Henri Pescarolo foi um piloto bastante eclético tendo participado em várias categorias do desporto automóvel ao longo da sua carreira: desde a Formula 1, passando pelo Sportprotótipos (ver post sobre o Matra MS 670B das 24 Horas de Le Mans de 1973), correndo no Dakar e até nos ralis.
Em 1966 Henri Perscarolo participa no Rali de Monte Carlo ao volante de um Matra Djet 5 S. Contudo a sorte não sorriu à Matra e a equipa formada por dois Djet 5 S, o de Pescarolo e o de Johnny Servoz-Gavin, foram forçados a abandonar o rali. No ano seguinte a Matra voltou a participar no Monte Carlo e desta vez Pescarolo conseguiu terminar a prova, na 47ª posição; o outro Matra teve que desistir. A miniatura hoje apresentada representa o Matra Djet 5 S de Henri Pescarolo no Rali de Monte Carlo de 1966.
O Matra Djet 5 S dispunha de um motor Renault Gordini de 1108 cc que debitava 70 cv às 4000 rpm. O chassis era de construção tubular; a transmissão era traseira com uma caixa manual de 4 velocidades. O Matra Djet era essencialmente um pequeno coupé cujas características se adaptavam melhor aos circuitos.
Na década de 1950, René Bonnet e Charles Deutsch foram os sócios fundadores da sociedade DB (iniciais dos seus nomes). No início dos anos sessenta a sociedade foi desfeita e em 1962 René Bonnet lançou o Djet I, que era um pequeno coupé equipado com um motor Renault Gordini; o projecto foi desenvolvido em associação com a Renault que fornecia os motores e as caixas de velocidades. Este pequeno desportivo teve sucesso e seguiram-se mais alguns modelos: o Djet II, III e IV. A sociedade Matra, que inicialmente apoiara Bonnet, produzia as carroçarias (de material plástico reforçado com fibra de vidro) dos Djet. Nessa época a Matra produzia principalmente componentes para aerodinâmica e mísseis teleguiados. Em meados de 1964 a empresa de Bonnet encontrava-se em dificuldades financeiras e a Matra assumiu os activos da Bonnet. Deste modo a Matra entrava na indústria e competição automóvel criando uma nova sociedade: a Matra Sports. O Djet V apresentado em 1964 passou a designar-se Matra Djet V, no qual se baseou o Matra Djet V S. No ano seguinte a Matra abandonou a numeração romana e optou pelos algarismos árabes, assim o Matra Djet V S passou a ser Matra Djet 5 S. Em 1966 o emblema de René Bonnet deixou de ser utilizado e a Matra adoptou um novo logótipo, formado por duas flechas estilizadas e cruzadas. Fonte fasc. Nº 51 Rallye Monte-Carlo – Os carros míticos.

16 dezembro 2010

Jordan EJ15 - Tiago Monteiro (2005)



Esta miniatura é da marca Minichamps.
Já se passaram 4 anos desde que Portugal viu o seu último piloto envolvido no campeonato do mundo de F1. Foi em 2006 e o piloto era o português Tiago Monteiro. A aventura do piloto português na F1 começou um ano antes, em 2005, na equipa Jordan.
Tiago Monteiro nasceu no Porto a 24 de Julho de 1976. A sua carreira desportiva, antes da estreia na F1, é bastante diversificada. Tiago Monteiro participou em 1997 no campeonato francês do Porsche Carrera. De 1998 a 2001 esteve presente no Campeonato de F3 em França. Apesar de não ter vencido o título foi conseguindo vencer algumas provas na F3. As 24 Horas de Le Mans também fizeram parte desta fase da sua carreira, em 1999 na equipa Paul Belmondo Racing com um Chrysler Viper (7º classificado). Em 2001, embora tenha perdido o campeonato francês de F3, Tiago Monteiro esteve envolvido no campeoanto GT de França e também participou no Troféu Andros. Ainda volta às 24 Horas de Le Mans com a equipa Larbre Competition, novamente num Chrysler Viper, terminado no último lugar. O ano de 2002 foi de estreia na F3000 na equipa Supernova, mas a época corre mal a Tiago Monteiro porque se vê regularmente batido pelo seu colega de equipa, Sebastien Bourdais, que se sagra campeão enquanto Monteiro termina o ano na 12ª posição. Apesar disso, a Renault F1 convida Tiago, Sebastien Bourdais e Franck Montagny para uma sessão de testes com vista a escolher um deles para a vaga de piloto de testes: Montagny é o escolhido. A etapa seguinte foi a América: Tiago Monteiro passa o ano de 2003 no Champ Car Championship na equipa Fittipaldo-Dingman e efectua uma temporada satisfatória para um estreante, contudo no ano seguinte regressa à Europa onde disputa o World Series by Nissan. Ainda em 2004 Tiago Monteiro torna-se piloto de testes da Minardi.
Finalmente, em 2005, Tiago Monteiro consegue chegar à Formula 1. A sua estreia acontece no GP da Austrália com o Jordan EJ15. A equipa Jordan foi adquirida pelo Grupo Midland mas corre em 2005 como Jordan. A miniatura que hoje apresento representa o Jordan EJ15 de Tiago Monteiro no Campeonato de Formula 1 de 2005.
O Jordan EJ15 teve como designers John McQuillian e Simon Phillips. O motor utilizado era o da Toyota sendo os pneus da Bridgestone. O Jordan EJ15 era um carro bastante fiável visto que permitiu que Tiago Monteiro terminasse 18 das 19 provas que compunham o campeonato de 2005.
Tiago Monteiro terminou o campeonato de 2005 na 16ª posição com 7 pontos: 6 pontos graças ao terceiro lugar nos EUA, numa prova em que apenas participaram 6 carros devido ao abandono das equipas que dispunham de pneus Michelin, e 1 ponto conseguido com o oitavo lugar no GP da Bélgica. Nos últimos 5 GP’s de 2005 a equipa Jordan usou uma versão melhorada do EJ15, que ficou designada como EJ15B, no entanto os resultados não melhoram.
No ano seguinte a equipa Jordan desaparece para dar lugar à Midland; Tiago Monteiro mantém o seu lugar na equipa mas à semelhança do ano anterior o carro não lhe permite mais do que rodar nas últimas posições. O ano terminou sem que Tiago conseguisse pontuar. É de referir que ainda antes de terminar o ano a Midland vendeu a equipa à Spyker. O piloto português não consegue manter o seu lugar na equipa e falhou na tentativa de segurar uma vaga na Toro Rosso. E assim terminou a aventura de Tiago Monteiro na F1… A sua carreira foi então redireccionada para o WTCC com a Seat, aonde ainda se mantém. Além de piloto, Tiago Monteiro é proprietário de uma equipa de GP2, a Ocean Racing. Fonte www.statsf1.com

2005 – O Campeonato
Este campeonato significou uma mudança das forças dominantes; anteriormente a Ferrari e Michael Schumacher (alemão) vinham exercendo o seu domínio, que durava desde 2000.
No GP de abertura, na Austrália, a Renault dominou os acontecimentos e colocou os dois pilotos no pódio: Giancarlo Fisichella (italiano) venceu e Fernando Alonso (espanhol) terminou na terceira posição, Rubens Barrichello (brasileiro) foi o segundo num Ferrari.
Fernando Alonso venceu os três GP’s seguintes (Malásia, Bahrain e San Marino) estabelecendo desde logo uma posição de liderança no campeonato. Kimi Raikkonen (finlandês), da McLaren, venceu as duas seguintes provas, Espanha e Mónaco, e Alonso intercalou uma vitória no GP da Europa com a vitória de Raikkonen no Canadá. Michael Schumacher (Ferrari) obteve a sua única vitória do ano no GP dos EUA (a tal prova em que apenas correram os carros equipado com pneus Bridgestone). Alonso venceu a prova francesa e a McLaren venceu na Grã-Bretanha, desta vez com o colombiano Juan-Pablo Montoya. Na Alemanha foi Alonso quem venceu. As seis provas seguintes foram palco de vitórias da McLaren: Raikkonen vence na Hungria e na Turkia; Montoya vence em Itália; na Bélgica é a vez de Raikkonen e Montoya vence no Brasil; e no penúltimo GP (Japão) é Raikkonen quem sai vencedor. Neste período vitorioso da McLaren, Fernando Alonso foi coleccionando pódios: 3 segundos lugares e 2 terceiros. A fechar o campeonato é Alonso que vence o GP da China.
Fernando Alonso, da Renault, sagra-se Campeão pela primeira vez com 133 pontos (7 vitórias); Kimi Raikkonen (McLaren) é o segundo classificado com 112 pontos (7 vitórias).
Nos construtores a Renault sagra-se campeã com 191 pontos (8 vitórias). Finalmente, mais de 20 anos depois de ter estado muito perto de o conseguir (em 1983 com Alain Prost), a equipa da Renault conquista os dois títulos na F1. A McLaren ficou em segundo lugar com 182 pontos (10 vitórias).

Os pilotos do Jordan EJ15 em 2005 foram: #18 Tiago Monteiro e #19 Narain Karthikeyan.
Vitórias: 0
Pole-position: 0
Melhor volta: 0

08 dezembro 2010

Ford Escort RSi - S. Servià - J. Sabater (Rali de La Rioja de 1983)



Esta miniatura pertence à colecção Rally Collection - Fasc. nº 27.
O Ford Escort foi um modelo que durante a década de setenta obteve bastante sucesso no panorama dos ralis, quer internacionalmente quer nos campeonatos nacionais. No inicio da década de oitenta, a Ford renovou por completo o modelo e lançou em 1982 a terceira geração do Escort. Para além da total mudança visual do modelo, a grande diferença a nível mecânico tinha a ver com a tracção que agora deixava de ser na traseira para passar para a dianteira do carro. Nos planos desportivos da Ford estava previsto um Escort de competição, o 1700 Turbo RS, baseado neste novo Escort mas que mantinha a tracção traseira. Contudo o projecto foi abandonado e ao que parece o Escort 1700 Turbo RS nunca chegou a ser estreado, em grande parte isso deveu-se ao facto da Audi estar a ter muito sucesso com o seu modelo Quattro de tracção total. Como tal a Ford optou por abandonar um projecto que estaria obsoleto desde o início e dedicou-se ao desenvolvimento de um novo modelo: o RS 200 de quatro rodas motrizes.
Apesar do projecto do Escort 1700 Turbo RS ter sido abandonado, a Ford ainda desenvolveu o novo Escort para a competição nos ralis e criou o Ford Escort RSi para o Grupo A.
A miniatura que hoje apresento é o Ford Escort RSi, da equipa oficial da Ford, guiado por Salvador Servià (espanhol) no Rali de La Rioja de 1983. O piloto espanhol terminou esta prova na 5ª posição mas foi o primeiro classificado do Grupo A. Como curiosidade (fonte fascículo nº 27 Rally Collection) é de salientar que este modelo da Ford ainda venceu um rali do campeonato espanhol, a única corrida ganha em Espanha por um Ford de tracção dianteira. No final do ano a Ford anunciou que não se justificava a sua presença nos ralis só para obter vitórias de grupo, como tal a equipa foi desfeita.
O Ford Escort RSi dispunha de um motor transversal dianteiro de 4 cilindros com uma cilindrada de 1597 cc. A potência era de 163 cv às 6200 rpm. A caixa era de 5 velocidades e a tracção era dianteira.
Na minha opinião a miniatura está bastante boa e vale mais como curiosidade do que pela dimensão desportiva que o Ford Escort RSi obteve. O blog 4Rodinhas já postou em tempos um artigo sobre este Ford Escort na versão de estrada e que vale a pena consultar.